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Como escolher um toca discos

Como escolher um toca discos

O número de pessoas que ouvem música em discos de vinil está aumentando significativamente de uns anos pra cá. Seja pela sensação de prazer em colocar o álbum na vitrola e apreciar o som da agulha passando pelos silcos do disco, seja pela vontade de adquirir um produto exclusivo ou pelo simples fato de não ter aguentado a frieza que se tornou a música om os cds e mp3.

A venda de discos aumentou tanto em algumas partes do mundo que chegou ao ponto de bater a venda de cds e música digital. Pensando nisso, daremos algumas dicas para quem está iniciando ou voltando para esse universo dos discos de vinil, um tanto quanto complexo para as novas gerações que mal viram seus pais tocando um disco e mostraremos as melhores formas de comprar o elemento principal da cultura do vinil: O Toca discos.

Com essa onda de discos de vinil, surgiram diversas marcas lançando no mercado alguns toca discos de péssima qualidade e consequentemente, estragando os nosso tão queridos e muitas vezes valiosos discos.

Vamos começar falando sobre as primeiras coisas a observar e se encontrar, fugir:

Rotação

“O motor desses aparelhos não tem potência e não suporta o peso dos discos de 180 gramas produzidos atualmente. Então a rotação desacelera e o som sai variando. Isso quando o disco simplesmente não pula e acaba arranhando o disco.”

Amplificação

“Esses modelos são atraentes porque possuem caixas de som embutidas, então não há necessidade de providenciar uma amplificação externa. Porém, o volume é baixo, parece o som saído de um radinho de pilhas do vovô. É o barato que sai caro.”

Agulha

“Colecionadores usam agulhas com peso entre 1 e 2 gramas, que é o peso que a agulha vai exercer sobre o vinil. Nos modelos novos, as agulhas fazem uma pressão entre 4 e 6 gramas, é excessivo. Com o tempo, consome as camadas de som do disco. A primeira, mais fina, é a dos agudos. E tem que fazer manutenção, a vida útil da agulha é em média 800 horas.”

Braço

“O ideal é que seja feito em alumínio. Os de plástico são muito leves e, como esses aparelhos não possuem contrapeso na maioria das vezes, a cápsula (que comporta a agulha) fica mais pesada e pressiona a agulha sobre o vinil. O peso total do aparelho é importante porque influencia na vibração. Quanto mais leve, mais vibra e mais a agulha, que é sensível, sofre interferências.”

Agora que ja sabe o que evitar, saiba o que precisa saber antes de sair as compras:

1 - investimento disponível para comprar o toca discos. 2 - Aparelhagem existente para ligar o novo toca discos, caso não tenha, precisa pensar no investimento básico para ligar o toca discos. 3 - Espaço físico e ambiente para instalar o toca discos e o resto da aparelhagem. 4 - nível de qualidade sonora que pretende atingir. 5 - Tipo do aparelho que deseja ter.

Uma questão importante na particularidade brasileira é a escassez de marcas e bons toca-discos no comercio varejista e isso dificulta muito a escolha e as vezes as análises podem, em alguns casos, confundirem mais do que ajudarem, portanto, cada um deve ficar atento se as dicas se aplicam ou não ao seu gosto.

Vamos as escolhas:

Belt-Drive ou Direct-Drive?

Esta característica se refere à forma de tração do prato que produz o movimento giratório no toca-discos.

Belt-drive - é quando o prato giratório é tracionado a partir de uma correia elástica, normalmente de borracha ou material parecido. Possui a vantagem de agir como um amortecedor e não transmitir a vibração do motor para o prato, tornando o som isento dessas interferências.

Normalmente é a forma de tração preferida por audiófilos e que acompanha o projeto de toca-discos hi-end.

A correia pode ser embutida internamente no toca-discos ou dependendo do projeto ela fica exposta e até mesmo o motor pode ser destacado do equipamento para minimizar ainda mais esta transferência de ruído.

Direct-Drive - é quando o prato é acoplado o eixo do motor em seu corpo, sem a utilização de correias. É um sistema que permite um maior controle da velocidade do prato giratório, além de possuir em sua maioria, um maior torque de acionamento, permitindo com que atinja a velocidade plena em um tempo muito menor.

Este tipo de acionamento é o preferido por DJs e pessoas que utilizam o toca-discos para trabalhar com músicas em diferentes velocidades, além de ser no geral um projeto mais resistente e robusto. Como exemplo de um toca-discos direct-drive temos o projeto bem-sucedido da lendária Technics SL-1200 MK2.

Operação Manual ou Automática?

Operação manual - necessita que o braço seja direcionado manualmente no começo do disco de vinil para iniciar a execução, e quando o disco chega ao seu final, o braço precisa ser retirado e colocado na posição de descanso. Para esta operação existe a necessidade de precisão para o posicionamento e delicadeza para abandonar a agulha sobre o vinil. Muitos toca-discos possuem um mecanismo com uma alavanca que permite você posicionar e pousar a agulha suavemente sobre o vinil.

Operação automática - você aciona um botão de “início” e o toca-discos através de um sistema mecânico posiciona automaticamente o braço no início do disco de vinil e abaixa suavemente a agulha. Normalmente estes toca-discos possuem a função de auto-retorno que faz com que o braço retorne automaticamente à posição de descanso após a execução do vinil.

Mas qual sistema de operação é melhor? Esta escolha é muito pessoal, audiófilos preferem toca-discos manuais, pois não possuem mecanismos e engrenagens extras que possam influenciar na execução do discos durante a sua operação, mas em sua maioria são movimentos muitos sutis que nem todo apreciador “tenha ouvido” para perceber a influência no som em execução. O sistema automático conta com a comodidade de executar os lps em seu toca-discos de forma mais prática, antigamente existia um sistema que poderia por até 5 LPs para cada fim de um disco, o outro caia automaticamente para iniciar.

Com ou sem Anti-Skating?

É um dispositivo composto por diversos mecanismos (conforme o projeto do fabricante) com o propósito de proporcionar uma tangência precisa do conjunto braço/agulha por todo o disco, de forma que melhora o som executado e diminui possíveis desvios de tangência que levam até ao salto da agulha sobre a trilha do vinil.

Para pessoas que desejam extrair o melhor do som do vinil é um dispositivo imprescindível no projeto do toca-discos.

Com ou sem Contrapeso?

Se você for utilizar diferentes cápsulas em seu toca-discos, existe a necessidade da regulagem do contrapeso para proporcionar a pressão indicada pelo fabricante da agulha no disco de vinil. Esta pressão pode afetar no desgaste da agulha e também do disco de vinil, portanto é um item muito importante a ser observado na escolha de um toca-discos.

Permite a substituição da Cápsula e Agulha?

A cápsula tem por função a captação do som proveniente do atrito da agulha nos sulcos do disco de vinil, trabalhando sempre em conjunto. Para cada modelo de agulha existe uma cápsula específica.

Na aquisição de um toca-discos, normalmente ele já vem com uma cápsula e uma agulha, porém alguns modelos de toca-discos permitem a substituição deste conjunto por outro de sua escolha.

Mas por que substituir uma cápsula por outra? Existem cápsulas com diferentes sensibilidades de captação, o que pode alterar significativamente a forma como o som é captado e por consequência a qualidade do som em reprodução.

O tipo de cápsula e agulha a serem utilizados é uma questão muito pessoal conforme a sua experiência sonora.

Com pré-amplificador Interno e Externo?

Para conectar o seu toca-discos em um receiver, home teather ou aparelho de som de potência será necessário que ele possua uma entrada auxiliar ou uma entrada phono.

Quando o equipamento possui a entra phono, basta conectar as saídas de áudio de seu toca-discos nesta entrada e aproveitar o melhor do seu vinil. Mas quando o seu aparelho de som possuir apenas a entrada auxiliar, será necessário a utilização de um pré-amplificador para amplificar o sinal de áudio.

Alguns toca-discos já possuem internamente um pré-amplificador para facilitar a conexão em equipamentos que possuem apenas a entrada auxiliar, mas em sua maioria os toca discos não possuem pré-amplificação interna, o que então será necessário a aquisição de um pré-amplificador externo.

A qualidade da pré-amplificação pode influenciar profundamente na qualidade do som reproduzido em seu equipamento, mas a substituição deste equipamento acontecerá aos poucos conforme a sua experiência sonora, ou até mesmo nunca seja necessária por te satisfazer por completo.

Com ou sem saída USB?

A saída USB é utilizada para a digitalização do som de seu disco de vinil. Em sua grande maioria as obras já são encontradas digitalizadas e em qualidade sonora superior à que você possa adquirir digitalizando o seu vinil. É interessante para quando você tem uma obra que não esteja disponível em formato digital.

Clareou?

O melhor toca-discos e sistema de som é aquele que te satisfaça, é aquele que te deixe feliz com o som reproduzido. Existem as mais variadas opções e com diferentes preços e precisão, a escolha é pessoal e depois de muita pesquisa de modelos e valores. A decisão sempre vem junto com o seu orçamento disponível.

Recomendamos que adquira um toca-discos com um projeto básico que contemple ao menos o anti-skating e o sistema de contrapeso, pois é verificado que equipamentos que não possuem esses sistemas costumam pular trilhas até mesmo de discos novos. Fuja daqueles toca-discos novos com aparência vintage, pois eles em sua maioria não possuem estas regulagens básicas necessárias.

Toca-discos novos ou usados? Depende de seu orçamento e da oportunidade. Toca-discos novos normalmente são mais caros, mas por outro lado te oferecem garantias. Para aquisição de um toca-discos usado, verifique com antecedência as condições de funcionamento de todos os seus componentes e questione sobre a sua precedência, é fundamental.

Onde comprar? Em lojas especializadas e também no Mercado Livre, lá você encontra diversos vendedores honestos com bons preços.

Cuidado com técnicos de eletrônica ao consertar seu toca discos, muitos podem abrir e tirar peças raras e substituir por genéricas, se for reformar ou comprar um com defeito para consertar, deixe apenas com técnicos de confiança.

Fonte: De volta para o vinil - Universo do Vinil - Bileski

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